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Prevalência, riscos e soluções na obesidade e sobrepeso: Here, There, and Everywhere

Ao longo da história da humanidade, ganho de peso e depósitos exagerados de gordura foram vistos como sinais de saúde e prosperidade. Em tempos de muito trabalho e freqüente falta de alimentos, assegurar uma ingesta energética adequada para manter as necessidades mínimas de sobrevivência foi indispensável para a evolução da espécie humana, durante séculos e séculos de privações e carências calórico-protéicas, onde eram necessários muitos trabalhos, principalmente físico, para a obtenção e preparo dos alimentos. Hoje, no entanto, como existe facilidade para se obter alimentos, e o padrão de vida está cada vez mais sedentário, as pessoas comem cada vez mais e se movimentam cada vez menos, levando a um superávit calórico e favorecendo a obesidade nas pessoas predispostas geneticamente, tornando-se então numa ameaça que cresce como uma gigantesca onda, que ameaça a saúde dos habitantes da maioria das nações, principalmente as do mundo ocidental.        
                                                                                                                                                                                                                                                                    
Cada vez mais a obesidade vem chamando a atenção da comunidade científica, por se mostrar uma doença grave, multifacetada e de genética complexa, que, associada às suas co-morbidades, se acompanha de elevada morbi-mortalidade, principalmente por doença cardiovascular, além de inúmeras outras complicações. Nos últimos anos, chama-se atenção para o elevado número de publicações em revistas especializadas de primeira linha, que têm como objetivo pesquisar a obesidade. Isto não acontecia há 10 anos atrás, quando a obesidade não era considerada um tema suficientemente importante e sério para que os editores justificassem suas publicações. No entanto, felizmente, os fatos mudaram! Como exemplo disso, na presente edição dos ''Arquivos'' encontramos três publicações originais sobre diferentes aspectos da obesidade.

Atualmente, é um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo, e está avançando de forma rápida e progressiva, sem diferenciar raça, sexo, idade ou nível social. Nos últimos anos, a obesidade deixou de ser um mero problema ''estético'' e de ''desleixo'', tratado com despeito por pacientes e profissionais de saúde, para tornar-se uma alarmante e assustadora realidade.

A obesidade é a forma mais comum de má-nutrição, contribuindo para o surgimento de diversas co-morbidades, decorrentes do excesso de peso corporal, do padrão alimentar inadequado e da resistência insulínica.

Acredita-se que o indivíduo começa a ser forjado na infância para se tornar um cidadão útil e saudável. Ensiná-lo a comer de forma correta é tão importante como a vacinação em massa. Os bons hábitos alimentares servirão para a profilaxia das doenças crônicas degenerativos do adulto que são a endemia deste século; portanto, louvores ao Ministério da Saúde, SBEM e ABESO pela sua atitude preventiva que vem diretamente ao encontro aos anseios das sociedades médicas de poderem contribuir com o desenvolvimento de um povo forte e saudável.

Muitas pesquisas estão em andamento procurando isolar fatores genéticos, fatores intrínsecos e hormônios envolvidos na gênese da obesidade e com isto desenvolver novos medicamentos ou até terapias gênicas, mas, enquanto isto não for realidade, é fundamental que haja um maior comprometimento das políticas de saúde pública a fim de alertar sobre os perigos da obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada, e propiciar a toda população, independente de classe social ou plano de saúde, acesso a tratamentos éticos e seguros para a obesidade e suas co-morbidades.




FONTE: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S000427302003000600001&script=sci_arttext&tlng=pt

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